Alinhamento de valores: coerência que gera crescimento
MARKETING ESTRUTURAL
LeMa

Na sala da administração, o quadro de missão, visão e valores está um pouco torto. A moldura brilha. A tinta já desbotou. Um copo de café deixou marca no balcão.
Quem olha para o quadro quando a agenda aperta, o telefone toca e o orçamento fica curto?
Baixo investimento e pressa compram coerência?
Esse incômodo me levou ao tema. Na fase nômade digital, entre trabalhos e estudos, retomei A Estratégia do Oceano Azul, de Kim e Mauborgne. A proposta é direta e rigorosa: para crescer de forma sustentável, é preciso integração e alinhamento de valores entre quem faz e quem apoia. Não é papo de LinkedIn. Serve, e muito, para clínicas de saúde.
No cotidiano, o alinhamento deixa pegadas. Ele está quando a promessa feita ao paciente vibra na mesma frequência dos bastidores. Quando não vibra, a clínica fala uma coisa e entrega outra. E todo mundo sente.
Alinhamento de valores: coerência que gera crescimento


1. Missão, visão e valores não são slogans de parede
Clínicas maduras tratam missão, visão e valores como faróis. Não servem para enfeitar a sala do diretor. Servem para decidir: treinamento, escala, contratação, *briefing, atendimento. São faróis que iluminam o caminho, não molduras.
Treze anos depois, a percepção só reforça tudo isso. Vivemos a era do excesso de informação e da desconfiança. O que fazer? Cuidar da coerência entre o que se comunica e o que se faz. É isso que sustenta uma marca sólida. Se a clínica fala em acolhimento, acolhe todos: pacientes, colaboradores, parceiros. Quando gente vira peça descartável, a dissonância aparece. O paciente percebe. O mercado também.
2. Parceiros como extensão da marca
Não existe marketing forte com base frágil. Colaboradores, fornecedores, consultores, prestadores e equipes internas são parte viva da marca. Eles carregam a voz, o jeito, o ritmo.
Quando os valores não batem, o impacto é imediato: atendimento inconsistente, entrega capenga, reputação arranhada. Já vi ações promissoras ruírem assim. No papel, tudo certo. No cronograma, tudo ok. No cotidiano, retrabalho, desgaste, troca de gente e custo alto para consertar o que não deveria ter sido comprometido. O barato sai caro quando o valor não é claro.
3. O papel do marketing estrutural no alinhamento
Aqui, o marketing com viés estrutural mostra força. Organiza a casa. Articula áreas. Sustenta alinhamentos. Planta legados.
Quando é estrutura, e não acessório, o marketing vira recurso de diferenciação e gestão atualizada. Integra processos, influencia a cultura e faz a comunicação acontecer de dentro para fora. Não é só campanha ou presença digital, embora isso importe. É mão na massa para construir clareza, coerência e consistência. É traduzir a essência da clínica em cada detalhe: do tom de voz ao roteiro de atendimento, do briefing com parceiros ao pós-consulta.
Conclusão
Se você quer que a clínica seja lembrada não apenas pelo que oferece, mas pelo que representa, escolha com cuidado quem caminha junto. Parceiros que compartilham valores fortalecem resultados, sustentam reputações, consolidam confiança e constroem bons legados.
O convite é simples: menos post pelo post, mais prática diária, estrutura e resultado. No fim do expediente, alguém endireita o quadro da parede. Melhor ainda quando o quadro já é bússola. O alinhamento de valores continua invisível, porém poderoso. É a diferença entre o marketing que passa e o marketing que permanece vivo e próspero.
Legenda:
*briefing: resumo do projeto, contexto e objetivos que orientam uma ação de comunicação ou marketing.
Publicado em 22 de maio de 2025.


LeMa é consultor e professor de marketing.
Formado em Design, com MBA em Gestão Estratégica (Univali) e Mestrado em Gestão do Conhecimento pela UFSC, dedica-se a desenvolver estratégias que unem propósito e método.
Entre uma consultoria e outra, escreve sobre marketing, inovação e comportamento empreendedor, transformando conhecimento em progresso.
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